27/08/2012

Campanha é acusada de promover competição entre mulheres e desqualificar ‘tipos de homens’

O humor aliado ao uso fictício de estatística na campanha da primavera-verão da rede de lojas de peças íntimas Marisa desagradou mais do que rendeu elogios nas redes sociais. Desenvolvida pela agência AlmapBBDO, o comercial dura 53 segundos e traz uma perspectiva demográfica de 100 homens para 96 mulheres, para em seguida, eliminar os “candidatos” que não seriam aptos a serem parceiros “confiáveis”, seja por terem um poodle ou por palitarem os dentes. Para o site “Machismo Chato de Cada Dia”, a campanha é heteronormativa por não reconhecer as lésbicas como consumidoras, sexista por avaliar a sexualidade do homem baseado nos estereótipos, promove competição entre as mulheres e traz a mensagem de que não consumir os produtos da loja tornará a mulher sozinha. “Já começou a retaliação. A página das Lojas Marisa no Facebook já está cheia de mensagens de descontentamento. Os comentários no Youtube são bem enfáticos quanto à opinião sobre o anúncio e o termômetro gostei/não gostei do vídeo dá a eles alguma ideia do descontentamento”, abordou a postagem do site. A redatora da campanha, Sophie Schoenberg, escreveu uma carta com seu ponto de vista sobre a repercussão negativa. “O comercial foi feito por uma mulher que acredita piamente na força da mulher. Mas que, ingenuamente, acreditou que as mulheres tinham evoluído o suficiente para rirem de si mesmas. Mas, não. O humor é uma conquista maior. As mulheres podem ter conquistado independência financeira, mas não se livraram de seu complexo de inferioridade”, reflete Sophie. A ousadia na publicidade é uma faca de dois gumes. A repercussão positiva pode levar uma empresa em crise a conseguir boa visibilidade e predomínio de elogios pela campanha, a exemplo da companhia aérea Gol, que alfinetou empresas de telefonia móvel no início do mês. No entanto, na maioria dos casos, o tiro sai pela culatra, como aconteceu com produtos como ovo de páscoa da Skol, tênis da Adidas que remeteriam à escravidão negra e anúncios que fariam alusão a crimes sexuais, como o caso do preservativo Prudence e Nova Schin. Confira o vídeo da Marisa abaixo.

por Lucas Franco (Bahia Noticias)


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